Celebrar todas as mães possíveis sempre

Celebrar todas as mães possíveis sempre

Outro dia alguém me desafiou a descobrir uma palavra que rimasse com “mãe”, assim, no singular mesmo. Você consegue? Pode até encontrar a rima, mas vai demorar um bocado de tempo.

Foto: Família Luz – saiba mais aqui.

Mãe é um universo tão ímpar que já começa a ser uma experiência única pela própria palavra, pela nomenclatura, não tem rima, não tem igual, não tem melhor ou pior. O que existe é a maternidade de cada uma de nós. Aquela que nasce quando parimos uma criança, quando a vida do ventre encontra a vida do mundo e a mágica se faz. Neste momento nascem mães possíveis, reais, fortes ou frágeis, prontas ou não, com medo ou coragem, tristes ou alegres, mas todas feitas de amor e é isso que importa.

A partir desse nascimento conjunto vai se desenvolvendo a maternidade – uma jornada incrível trilhada entre curvas e impermanências, tanta coisa que jamais imaginaríamos viver, até decidir parir e abrir o universo da entrega absoluta.

Foto: Escapulário amor de mãe – saiba mais aqui.

A maternidade é um ato de bravura e uma revolução, ainda mais quando a sacamos da caixinha dos cuidados básicos e a deixamos invadir a vida inteira. A partir daí a gente não sabe mais quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. O que é nosso, o que é dos filhos, o que da gente vai pra eles, o que deles vem pra gente, onde mora a clareza das entregas, até onde vai a permissão das fragilidades, o que é culpa o que é responsabilidade, o que eu transformo em mim para sanar neles, quais feridas eles cutucam em mim para curar neles… Pára tudo que eu quero descer, é coisa que não acaba mais!

E, por sorte maior que ganhar na loteria, a gente aprende nessa bagunça toda a acolher e, principalmente, a se deixar acolher. Dependurar na cadeira a fantasia rasgada de mulher maravilha e se permitir à troca com outras mães, voltar a se reconhecer nas diferenças, a se completar na outra, a compartilhar o que rasga no peito, a explodir as dores mais incômodas, a abraçar com o coração e acalmar as aflições que nunca vão deixar de aparecer pelo caminho. Porque toda vez que um filho nasce, nasce uma mãe. Todo passo pra frente ou pra trás que um filho dá é um furacão que entra em erupção na consciência de uma mãe alerta. Toda sombra ou ferida que um filho te aponta é um salto enorme pra mais e mais perto do amor e da verdade que você é. E, no final das contas, é isso que importa, o amor. Esse que a natureza, em toda a sua perfeição, nunca arranca do peito. Seja como for, ele vai na frente de tudo, te guiando como a luz de uma fogueira que nunca se apaga, nem com a mais temida das tempestades.

Foto: Colar de Perolinhas – saiba mais aqui.

Maternar é passar o dia inteiro tentando tomar café da manhã, mas é a fome que mais alimenta a nossa alma, porque é nutrida de amor sem limites. Pode ser um martírio, pode ser um parque de diversões, pode ser os dois, pode ser tudo ou nada, a partir da nossa escolha de como viver essa entrega. O que não dá é pra sofrer essa imensidão louca que é ser mãe mais do que amar. Me conta: como pode o tal amor maior do mundo ser alguma coisa que te faz sofrer mais do que te faz feliz? Não, essa parte tá errada, mesmo não existindo certo ou errado aqui dentro.

Maternar é um ato de coragem. Coragem é uma atitude que vem do coração. E tudo isso fica maior ainda quando pensamos que sim, em tempos de mundos se perdendo e se encontrando, amar é um ato revolucionário. Que se façam então as dores e as delícias da maternidade, que é o colo revolucionário do amor.

Feliz vida, mãe!

Com amor e admiração,

Camila Lovisaro

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